Atraso no Polis "exige" clarificação
"É absolutamente urgente que o Governo clarifique se desistiu ou não da Costa de Caparica", afirmou esta terça-feira a presidente da Câmara de Almada, Maria Emília de Sousa (CDU), numa conferência de imprensa na frente urbana de praias da Caparica, uma intervenção realizada no âmbito do programa Polis.
Em causa está a falta de eleição dos órgãos sociais da Sociedade CostaPolis, participada em 60% pelo Estado e em 40% pelo município de Almada. Segundo a autarca, o conselho de administração da sociedade está em gestão corrente desde o final de 2010 e perdeu um dos três membros, com a saída do administrador executivo designado pela Parque Expo, encontrando-se num "vazio absoluto".
Após terem recebido, em setembro, a garantia da ministra do Ambiente, Assunção Cristas, de que o programa Polis "não está em causa", os presidentes da Câmara e da Assembleia Municipal de Almada e da Junta de Freguesia da Costa de Caparica afirmam-se cansados de esperar e pediram esta segunda-feira uma audiência ao primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho.
O impasse na direção da CostaPolis tem também levado ao abandono das obras já realizadas, que começam agora a degradar-se. Sem um conselho de administração, não é possível obrigar os empreiteiros a realizar as manutenções necessárias, explicou a presidente da Câmara de Almada.
Das intervenções previstas no programa, a presidente da câmara referiu que já é possível construir, mais a Sul, o novo estádio do Clube de Pescadores - atualmente no bairro do Campo da Bola -, de forma a possibilitar a construção de novas casas para os moradores desta zona e a destruição das habitações antigas.
O Polis da Costa de Caparica é o maior do país, abrangendo uma área de 600 hectares, pertencendo 80% do território à jurisdição do Estado.
O programa foi lançado em 2001, com um investimento estimado em 200 milhões de euros, dos quais metade resultantes da venda de património, e o restante de fundos comunitários, capital social da Sociedade CostaPolis e do Orçamento do Estado. O património para venda inclui terrenos para hotéis e para edificação, a exploração de parques de estacionamento e dos apoios de praia.
O Polis contempla sete planos de pormenor, dos quais cinco estão feitos - destes, dois estão executados - e há outros dois em fase de elaboração.